sábado, 3 de abril de 2010

Passando pela Páscoa

Páscoa é uma festa celebrada tanto por judeus como por cristãos. Para o primeiro grupo é o momento de comemorar a saída do Egito após mais de 400 anos de escravidão. Para o outro é a celebração da morte e, mais especificamente, da ressurreição de Jesus, pelo qual hoje podemos ser livres da escravidão do pecado.

"Curiosamente" o sentido da palavra Páscoa, que em grego é Pesach, traduz-se por travessia ou passagem. A passagem de Jesus por essa terra deixou marcas profundas não apenas fundando uma nova religião ou dividindo o tempo em Antes e Depois Dele.
Antes Dele, jamais alguém havia amado de tal maneira. A quem observa a forma como Jesus ensinava (E os evangelhos estão aí para isso), questionava, cria e investia em vidas (por vezes naqueles considerados não dignos de investimento) fica claro porque a passagem Dele por aqui não foi em vão. Não bastasse tudo isso, o próprio Jesus (Deus), O Cara, amou de tal maneira que morreu em nosso lugar. No meu, no seu, no dos Nardoni, no de Hittler, no da tiazinha do cachorrão, no do pastor... Para que fôssemos perdoados dos pecados (pouco ou muito porcos) e para que tivéssemos Vida Eterna. Pra podermos começar já a partir daqui dessa vida a desfrutar da Presença Dele e desse Amor incrível. Dá pra entender? Que amor é esse não?

Jesus passou e ficou. Ainda que tenha vindo para os que eram seus e os seus não o tenham reconhecido, ele ficou. E continua dando a nós a chance de estarmos com Ele. Mesmo quando a minha falha continua a aparecer. Quando a mentirinha insiste em me dizer que sem ela não dá, quando a preguiça vence, quando é mais gostoso falar das mancadas alheias, quando o amor dá lugar à vaidade ou ganância, quando olho pra "Igreja" e meto o pau esquecendo de que quem faz a igreja sou eu também e que eu sou tão podre quanto qualquer outra pessoa; se não em uma área, em outra.

Eu agradeço a Deus pela passagem de Jesus aqui na terra e pela minha vida também. Agradeço por Ele ter ficado na minha vida, mesmo depois de tanta mancada, falta de fé, Ele continua apostando em mim, dizendo, “vai lá e arrasa!” e eu sou grata a isso.


Te desejo uma páscoa abençoada e uma travessia ao lado desse Jesus incrível que morreu e ressuscitou por nós.

No amor de Cristo,

Mary.

Ps.: Comemorando também 1 ano da chegada à Ilha verde que teve direito a recepção feita pelo amado com tulipas amarelas e tudo! Thanks, God!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

It's a shame

O ser humano me envergonha, principalmente, quando penso a respeito de mim mesma. Que raios de jornalista que não consegue nem ter a disciplina de postar com uma periodicidade decente no blog! Ó, céus...

Mas é isso aí, devo fazer parte dos "nãosouapessoaperfeita.com", pelo menos já estou apta a participar da Vineyard Capital, que, para quem não sabe, tem como apelo o seguinte slogan: Proibido pessoas perfeitas. Vindo de uma comunidade que pretende seguir os passos de Cristo eu diria que é algo bem razoável, não?

Well. well. Sobre o post anterior...

Em um mix de pensamentos entrecortados (desconexos talvez??) acerca da new generation universiotária e seu gosto apurado, cabe lembrar que o advérbio "só" faz toda a diferença na possível interpretação do texto. Mas como diria meu querido mestre na saudosa "Casper Líbero ô ô": "comunicação boa é comunicação direta, sem ruídos". It was my fault, sorry about that folks. O gênero do fluxo de pensamento ainda me encanta e ninguém é obrigado a acompanhar o passo ou compasso.

Eu não quero queimar a literatura e muito menos os livros de matemática - se bem que continuo achando inútil ter decorado logaritmo e preferia um sistema educacional que desenvolvesse as múltiplas inteligências preparando-nos para a vida - só não acredito que Só e apenas isso Somente, SIC, fará com que o mundo seja melhor. Quem dera fosse!

Óbvio, e digo óbvio porque isso deveria estar subentendido pra quem conhece um pouco do que penso, que a educação é uma ótima via de sair da marginalidade, entrar em contato com a história dos grandes, abrir a mente para o melhor da potencialidade humana, ó, isso e muito e mais. Mas se a equação fosse tão lógica assim, todos os que passaram pela experiência educacional seriam brilhantes seres iluminados aptos a e dispostos a investir na melhoria do contexto em que vivem. Mas sabemos muito bem que não é isso que acontece. Começando por mim! Céus, o que tenho feito com as ferramentas que têm sido postas à minha mão? Poizé, senhor Zé. Foi pensando nisso tudo, que resumidamente saiu o fluxo de pensamento passado.

Mudando a pauta. Eu vou sentir falta. Ah, eu vou.

Tempos de Dublin talvez estejam chegando ao fim e porque é que a gente tem a péssima tendência de apreciar mais as coisas quando sabemos que a areia da ampulheta está para cessar? Eca! MAs a verdade é essa.

Vou sentir falta:

...de cada tijolinho das construções georgianas.
... do azul incrível do céu em contraste com a grama perfeitamente verde e do vento frio.
...de ouvir conversas em cinco línguas diferentes em uma mesma avenida.
... de esperar o LUAS passar para atravessar a rua.
... de deixar o Liffey cortar metade do meu caminho todos os dias.
... do cheiro da caleifação e das fumaças nas ruas.
... de ouvir "Brilliant, Grant, gourgeous, no worries..."
... de ver as velhinhas fofas indo `as compras com seus carrinhos cafonas e práticos.
... das árvores secas. das floridas.
... da facilidade em ver e ter Tulipas!
... de apreciar a vista incrível do deck do bus.
... das propagandas ambulantes nos bus.
... do sol se pondo às 22h no verão.
... de tomar hot chocolate nos dias frios e sentir a mão voltar a existir.
... de trombar com gente de lugares que eu nem sabia que existia e pensar "No céu vai ser assim..."

Só posso agradecer a Deus por cada momento passado aqui. Das lutas com o péssimo sistema bancário à alegria do noivado no Liffey. E bora aproveitar cada grãozinho da areia restante!

Ps.: Que coisa eu resolver fazer o primeiro post do ano em 1 de abril. Não, não, isso tudo não é uma mentirinha. Rá.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Tudo de melhor em 2010, e as mudanças ó!

“O mundo só vai mudar com investimento em Educação”
na boca de zilhões de anônimos por aí.

Véspera de véspera da virada no Brasil Tropical e em rede nacional as publicidades mixam:

“Todos pela Educação”, campanha by Unesco. Bom, muito bom.

Segue-se do Batidão do momento, onda denominada sertanejo UNIVERSITÁRIO:

“Você diz que não me ama, você diz que não me quer
Mas fica pagando pau, qual é que é.
Todo dia seu teatro é exatamente igual,
Você finge que me odeia, mas no fundo Paga-Pau.”


Ah, e mais...

“Mas pega fogo cabaré
Hoje eu não arrédo o pé
Pode vir que eu to no ponto
Só filé...só filé
Se a mulherada é de primeira,
Fico até segunda feira
Bebo até ficar tonto
Vou cair numa gandaia
Atrás de um rabo de saia”


História...Geografia...Cálculos...Camões...Aristóteles...jeitinho...esperteza...promiscuidade...anestesia alcóolica...

O mundo só vai mudar com investimento em Educação.

Ahan, me engana que eu gosto.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Orgulho nosso de cada dia

O fato:

Imagens mostram tumulto envolvendo aluna com vestido curto em faculdade, Portal G1, 30/10/09

Faculdade abre sindicância após tumulto causado por "pouca roupa" de aluna, Folha de S.Paulo, 29/10/2009


A repercussão:


Estudantes da Universidade de Brasília se despem em protesto contra Uniban – Portal G1 11/11/09

Imprensa Internacional se surpreende com o caso Geyse - A maior parte das reportagens reflete a surpresa dos estrangeiros ao constatar a repercussão em torno de um vestido curto no Brasil, país cuja imagem está intimamente ligada ao carnaval e às praias, onde as mulheres usam biquínis pequenos. O caso foi citado em sites de jornais como os americanos The New York Times e Washington Post, o inglês The Guardian, o espanhol El País e o argentino Clarín. Folha de S.Paulo.

Apresentadora Sabrina Sato vai à universidade com vestido curto rosa em "homenagem" a Geisy, Folha de S.Paulo - Se para os manifestantes os alunos gritaram "Fora! Fora!", para Sabrina Sato os gritos foram o oposto: "Fica! Fica".

Os comentários:

“Ela foi comparada pelo apresentador a Maria Madalena no programa "Geraldo Brasil", da Record”. Folha de S.Paulo, 31/10/2009

“...muitos homens que são incopetentes, imaturos, pra se relacionar com uma mulher de forma madura: Resumindo tudo bambi. Depois chamam gaúchos de gay, o Brasil precisa rever seu conceito. As piadas de gays apartir de agora eu troco por paulista em vez de gauchos” Comentários do vídeo de Geyse no Youtube.

+ 3.678.987 palavrões em comentários de Youtube

As conclusões:

Caso da Uniban mostra que falta avançar na igualdade entre gêneros – Portal G1 12/11/09

A colheita:

Após escândalo da minissaia, Geisy muda o visual - Cabelereiro Julinho do Carmo foi o responsável pela transformação. Ego notícias, 12/11/09

Tumulto na Uniban ganha axé de protesto no YouTube – Portal G1 12/11/09


Sou estrangeira aqui, aí e em todo lugar.

Mary de Salve

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A mamata do Welfare State e seus frutos

A Ministra de Assuntos Sociais e Família da República da Irlanda, Maria Hanafin, declarou ontem que haverá algumas mudanças na mamata do Welfare State Irlandês no próximo mês.

Em entrevista à RTÉ Frontline ontem, ela disparou: “a política do Bem-estar social é responsável por 37% de todo o orçamento do governo, não podemos mantê-la nesse nível. Isso tem que ser cortado, pois é insustentável ".

Uma das medidas para essa redução será criar três diferentes taxas de pagamentos de benefícios para crianças, reduzindo o valor que os pais recebem por cada filho que têm por aqui.

A Ministra disse ainda na reunião parlamentar do partido de Fianna Fáil que ao reduzir 1 € de cada beneficiário, pode-se formar uma poupança de € 81.3 milhões em um ano. Esse pessoal tem mesmo grana pra gastar, não? Se a medida for mesmo aprovada, mais de 1,5 milhão de irlandeses, naturalizados e agregados europeus serão afetados.

E a notícia parece que esquentou o clima frio aqui da Irlanda. A RTÉ teve que interromper o programa quando um membro da platéia começou a atacar o apresentador Pat Kenny que entrevistava a ministra. Um homem de meia idade disparou ofensas ao apresentador, dizendo que ele não tinha o direito de pontuar sobre o bem-estar social de pessoas que não tem como se sustentar. A discussão seguiu por quatro minutos em rede nacional, isso é que é liberdade de expressão!

Frutos da mordomia européia


Agora pense só. Receber um salário auxílio do governo enquanto se está desempregado (por longo período, não só 3 meses) de mais ou menos € 197,80 por semana, é um sonho, não? A gente fica feliz até com o auxílio-desemprego aí do Brasil que é uma mixaria, imagina isso! Pois é, some-se a essa quantia o salariozinho que as mães recebem a cada filho que colocam em solos irlandeses. Trabalhar pra que? pensariam alguns...e pode ter certeza que isso não é só pensamento da cultura do jeitinho brasileiro não!

Aqui no centro de Dublin, é possível encontrar pelas ruas grande parte dos irlandeses beneficiados pelo Welfare States. Eles estão nas esquinas marcadas esperando para comprar e passar drogas, com sacolinhas cheia de bebidas, misturas de álcool e algum suco barato, e saquinhos de papel nas mãos com seringas e coquetéis a ponto de bala. São os Junkies ou nakers, como são conhecidos por aqui.

Infelizmente, não é difícil ver em meio a essa turma futuras mães, com a barriga do tamanho de uma melancia, injetando, cheirando, fumando e bebendo, sem constragimento algum. Parte deles passa uma vez por semana na sede do Post Office pra receber seu dinheirinho do governo, com isso garantem a birita e o baque semanal, e assim continuam nesse ciclo literalmente vicioso.

Pra quem pensa que o grande problema do Brasil é o dinheiro, a distribuição de renda desigual, vale a pena refletir. Claro que uma melhor distribuição de renda, acesso à educação, alimentação, moradia e cultura a todos é algo muito bacana e justo. Mas aqui na Irlanda eles têm tudo isso, e muuuita gente ainda opta por esse tipo de vida de vício.

Que é que tá faltando então, ahn?

Redação e fotos: Mary de Salve
Ouvindo I'll not be Silent - David Crower




sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Don’t get comfortable

Seis meses se passaram, vagarosamente voando! (SIC)

Viver na Europa pode parecer chique e bonito quando se olha no álbum do Orkut, mas a verdade é que a parada é difícil e quem passa por ela, sabe. Mas, ouvindo a música que virou o título do post, relembro que é essa a idéia de aprender a crescer. Ficar confortável no nosso lugar de sempre não ajuda a gente a mudar. Transformação vem ao passar pelo fogo que arde, dói, pelo frio que corta (e aqui a gente sabe bem disso), pelo choque de temperaturas, culturas, temperamentos, gostos e desgostos.

E o processo envolve choro, riso, suor, dúvidas, alguns acertos e muuuitas tentativas. Às vezes incluem uma dose de perda de identidade, e no final das contas você pode perceber que sua identidade não era tão aquela como você pensava que era.

Sair da zona de conforto pode gerar muita confusão mental, dúvida sobre quem é você e sobre o que deve fazer, mas também ajuda a fortalecer sua fé e a perceber o quão pequenininho a gente é.

Ajuda a enxergar a vida sobre outra perspectiva, a do outro. A enxergar a mocinha da padaria com muito mais carinho e paciência, a sentir um pouco da dor da mão calejada de quem todo dia constrói um belo prédio para outros usufruirem do conforto e a ter vontade de conversar com a menina que o dia todo fala a mesma frase diante da máquina registradora.

Sair da zona de conforto também implica a se jogar de cabeça em um mundo em que o legal é ser maldoso, sacana, espertinho, em que dar risada do garoto tímido e faze-lo passar por apuros é “cool” e onde os cargos de chefia geralmente cabem àqueles que sabem pisar bem nas pessoas porque aí elas não darão muito trabalho reinvidicando nada. É muitas vezes ser cercado por tudo isso, e não ter o abraço gostoso dos pais ao chegar em casa, porque eles estão longe.

Mas também é contar com a Graça de Deus e dar de cara com o Amor Dele no braço de algum irmão querido e um amigo de verdade que você consegue ter por perto. (Eu até reclamo de barriga cheia porque tenho o meu melhor amigo ao meu lado, thanks God).

Sair da zona de conforto ensina que as coisas que mais valem a pena são aquelas que você não dá muito valor enquanto perde - Todo o seu - tempo juntando dinheiro pra comprar uma casa, montar seu closet ou fazer 268.456 mil cursos para se preparar para o mercado de trabalho.

Você também percebe que as pessoas ao seu redor estão sedentas por amor e uma palavra de carinho e incentivo, mas podem assustar se você oferece isso porque a cultura vigente não prega esses valores. Ser amável e bondoso é “oldfashion” e por isso é que o Evangelho pode parecer tão ultrapassado para alguns.

Hoje soube da notícia de que um colega querido do antigo trabalho faleceu. Essas coisas doem, fazem pensar, ainda mais quando é alguém jovem e amável como o Leandro e é levado de forma não natural. Ele também era Cristão, e como um seguidor dos passos de Cristo, vivia na contra mão da cultura da maldade, e não se cansava de falar a qualquer um do Amor de Cristo, mesmo que isso soasse tão “oldfashion” , ainda mais a alguém que vivia dentro do mundo da publicidade, um dos mais cults e moderninhos que existem.

Lembrando do exemplo de pessoa que exalava o Amor de Cristo como ele era e olhando ao meu redor, eu chego à conclusão de que eu quero mesmo é viver mais a loucura da Cruz. Essa que nos leva mais perto da sabedoria e simplicidade de Deus, dos gestos simples e de atenção ao próximo.

Não quero não ter tempo para amar as pessoas, nem usar vidas como forma de alcançar postos. Quem são os verdadeiros exemplos, o grande empresário que estampa a capa de revista e sabe fazer milhões em $ ou os simples que arranjam tempo pra amar a qualquer preço?

Vejo que talvez por isso os verdadeiros Grandes desta vida não tenham tanto lugar nesse mundo, talvez seja sempre essa sensação de “não lugar”, de peregrino em terra alheia, como já dizia a “oldfashion” leitura bíblica.

Mas para esses peregrinos, como o Leandro, temos a certeza do belo lugar eterno preparado, ao lado da melhor companhia, nosso Jesus. Lá espero reencontrar meu amigo e tantos outros.

Espero ver você por lá também!

A morte sempre nos traz sofrimento. Mas o sofrimento do cristão é amenizado pela esperança: “...para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.” I Tessalonicenses 4:13-14

“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, o que Deus tem preparado para aqueles que o Amam.” I Corintios 2:9


Redação e fotos: Mary de Salve


You still there

sexta-feira, 31 de julho de 2009

How are you today?

Aqui em Dublin é comum ver as pessoas respondendo a essa questão com um "not so bad". Pode até ser usual, mas acho tão triste e constato que essa é a realidade de muuuuuitas pessoas. Not so bad, não tão mal, poderia estar pior, vamos levando. Why? Why? That's the question. Quando não é isso é o famoso "coloca um sorriso no rosto e continua caminhando, se arrastando..." Como se colar um sorriso no rosto resolvesse as questões internas.

E a cidade dos Pubs, das garrafas de vodka largadas pelo chão e de pessoas constantemente bebadas continua a caminhar dessa forma.. Mas em algumas esquinas ou escondidas em alguns banheiros de restaurantes e pubs por aí, eu posso ver pessoas que não desistem de orar e de clamar por essa nação. Mãos que não se cansam de fazer o bem, de honrar a Deus seja limpando o chão ou levando uma palavra de esperança a quem precisa seja aonde for. A fé de ver essa realidade transformada por Deus continua, yupi!

Well, well, depois de um tempão desatualizado, o blog (ou eu?) volta a ativa. Sorry, ainda não encontro todos os acentos no teclado, então não avaliem muito a grafia ok?

Puxa, mais que puxa. E são quase 4 meses em solos dublinenses. Alguns me perguntam: e aí, seu ingles já está fluente? Não, guys... não está nem perto de ficar fluente, maybe in a few months. Mas eu já entendo mais da metade do que os Irish falam (quando são os de sotaque bem puxado e de fala rápida) e quase tudo quando a pessoa tem paciencia de falar mais claramente. Também me faço entender, falo frases inteiras e inteligíveis e até faço piadinhas, haha, o que é básico para minha sobrevivencia.. bom, eu chego lá. Ainda escrevo um artigo pro The Irish Times ou pro Metro ou Harald que seja, rs.

Se por um lado o ingles não está assim tãaao bem, o aprendizado em outros setores tem sido intenso. Bom, vamos a algumas atualizações.

Raining, shining, warming..

O verão na Irlanda foi incrivelmente quente, se comparado a outros anos, dizem os locais. Uma "salve de palmas" (SIC) para o sol que não parou de brilhar por quase 1 mes seguido e para a impressionante marca de 21 degrees no termometro.

Agora os dias voltaram a ser mais frios, úmidos e curtos. Mas ainda está anoitecendo bem tarde, lá pelas 21h. Dizem por aí que no inverno é complicado, apenas umas 5 horas de sol por dia, God help me, porque eu realmente amo a luz do sol. Mas pra quem tem Jesus brilhando todo dia, tá tudo muito bom né?? Maaa Oeeee ( A La Silvio Santos).

Visa:

Ah, outra coisa que se passou. A resolução do caso "meu visto". Outro "Salve"! Depois de quase 2 meses de espera, eu consegui receber meu statement e finalmente ir a imigração para ficar legalmente legal (com o perdao da redundancia) nesse país. Uhu! Clap clap (palmas) Oferecimento Bank of Ireland, the best slow service, always for your stress! Esse deveria ser o slogan, ainda vou sugerir.
Depois de 7 idas ao banco, uns €25 gastos em passagem de onibus, 5 dias perdidos de aula, 852.123.478 células nervosas gastas em vão e apelos incontáveis a Graça misericordiosa de Deus, eu consegui. Amém.


Crise:

Não sei bem avaliar, mas acho que a maledeta crise deve estar passando. Já dá pra notar o volume de plaquinhas aumentando (sim gente, eles prcuram gente pra trabalhar aqui com plaquinhas escritas a mao e toscamente coladas nos vidros das lojas, rs), a cidade vive lotada aos fds, as vzs durante a semana, especialmente em tempos de shows como o último que teve. Ah, sim, do U2. Uow, voce pensa, show do U2 em Dublin, que máximo não? Deve ter sido, haha, sinceramente não fiquei com vontade de me enfiar no meio de zilhões de pessoas e tomar chuva pra ver o Bono e cia do tamanho de umas formiguinhas la na frente. MAs como voce é chata e velha hein Mary Julia, voce deve estar dizendo. Ah meu, de boa, mas se fosse pra conversar cara a cara com o cara (quanto cara em uma frase) até ia, adoraria perguntar a ele porque os irlandeses não gostam dele e ver se a história dele ter fugido dos impostos é verdadeira*. Como ainda não rolou uma entrevista, eu prefiro assistir por DVD, rs.

Ah, falando em crise, business e música, vale a pena conferir a banda dublinense que tá estourando nas paradas, o The Script, os caras tem uma levada bacana e apesar de algumas letras serem tristes, até que tem conteúdo. Clica aqui pra ouvir ó!

Jobs:

E eu continuo mirando e atirando em algumas frentes. No quesito (pq essa palavra me lembra aquela coisa xarope de carnaval "quesito evolução, nota 10" hauhauhaa) jornalismo, a tentativa de atuar como correspondente continua. Se alguém souber de alguma tv, rádio, revista, jornal ou coisas do genero querendo uma correspondente na Europa, me avise please! To em contato com Deus e o mundo literalmente, e uma hora a coisa acontece.

Por aqui, já trabalhei de housekeeper em um hotel (ui, que chique? vai arrumar 25 quartos de hotel por dia pra ver o que é bom pra tosse, hahaha) fiquei com as minhas costas doendo e resolvi sair. Pede pra sair 02! é gente, trabalho dessa galera não é fácil não, tem que valorizar. Foi uma experiencia e tanto pra aprender que (quase) todo trabalho é digno, e que devemos SEMPRE respeitar essas mulheres valentes que deixam seu quarto de hotel limpinho enquanto voce suja tudo em dois segundos. Ah, aprendi também que nunca, eu disse NUNCA, voce deve usar copos, xícaras, colheres e etc desses locais. Nao vou entrar em detalhes, mas acreditem: a forma como eles são limpos é nojenta. E sempre, eu disse SEMPREEEEE, deixem ao menos alguns centavos de tips (gorjeta) para as housekeepers, elas merecem e voce ainda pode ganhar a simpatia delas e ter umas toalhas-extras ou quem sabe um quarto limpo de maneira mais cuidadosa.

Ah também fiz uns freelas como agente de marketing, óoooo que da hora, sim sim, aquelas meninas que distribuem brindes e panfletos nas ruas, sabe? hahaha Eu me divirto!!

To indo a uma igreja novamente, o que tem sido OOTEEEMO, to cantando no louvor, o Thi tá tocando teclado e guitarra, tudo supimpa! Quem sabe logo a gente apronta umas coisas aí pelas ruas de Dublin, quando acontecer coloco por aqui.

Já escrevi demais, e se voce chegou até o final, um "Salve e palmas, clap clap" pra voce também, porque me aguentar não é tão fácil, I know that. Ah, quem tem curiosidade de conhecer o sotaque Irish, se liga que logo vou gravar uma aula com meu professor super Irish e coloco aqui pra vcs ouvirem.

So, fico por aqui, e vou tentar atualizar mais. Thanks pelos comentários e continuem aparecendo aí. Seguem umas fotos para deleite dessa terra em que os Leprechauns naaaao reinam, isso é mito, ok? God is good all the time, and He reigns in everywhere!!

See you soon! God Bless u!

* Até meados de 2000 e alguma coisa, artistas e arteiros de Dublin não precisavam pagar impostos sobre seus trabalhos, mas que mamata do Welfare State, não?? Pois é, com o cinto da economia apertando as calças do governo irlandes, a turma resolveu entao começar a cobrar impostos sobre os artistas que ganhassem mais do que a bagatela de 250 mil euros por ano.
Dizem as línguas dublinenes que Bono e Cia. quando souberam disso, pegaram suas trouxinhas e cases de instrumentos e mudaram sua sede para onde? Nada menos do que Amsterdam, a cidade do "tá tudo liberado", que Deus os tenha.
Pois é, dessa forma a banda consegue economizar uns milhoes em impostos e a galera irlandesa pegou muito mal com essa atitude, porque parece que parte da grana ia pra Charity (Caridade) e eles não se importaram muito, mesmo que preguem tanto para as pessoas se importarem. O famoso, "faça o que eu falo e não o que eu faço". Well, eu ainda não o entrevistei, mais ainda tiro isso a limpo. Esse é um lado do fato, um dia eu fuço pra descobrir o outro lado.


Redação e fotos: Mary de Salve